11.4.20

Durante a quarentena cada um divide aquilo que tem

Durante a quarentena cada um divide aquilo que tem.
Alguns tem amor.
Outros tem esperma.
Alguns tem paisagens.
Outros tem selfies.
Alguns tentam motivar.
Outros tentam desdenhar.
Alguns tem uma crença.
Outros se orgulham por não ter.
Alguns tentam demonstrar entusiasmo e por vezes exagerado, ele se torna falso.
Outros tentam mostrar somente a perspectiva pela tragédia.
Alguns se preocupam com os problemas gerais do depois.
Outros riem desses com escárneo e deboche.
Alguns se recolhem no silêncio.
Outros no barulho das palavras.
Alguns tentam preencher o vazio escavando no interior.
Outros tentam preencher o vazio com a referência vazia de outros.
Alguns tentam rever-se, livres de opiniões pré estabelecidas.
Outros pensam unicamente dentro dos seus conceitos ideológicos.
Alguns tentam ocupar o tempo com novas descobertas.
Outros tentam ocupar com o mesmo de sempre.
Alguns vão continuar gritando: a culpa é dele.
Outros vão continuar gritando: a culpa é dele.
Alguns vão continuar falando: você é ignorante.
Outros vão continuar falando: você é ignorante.
Ignorantes mesmo somos todos nós: pela nossa omissão, pela submissão, pela cegueira, pela aceitação, pela falta de empatia, de civilidade e pela única coisa que domina o nosso corpo e a nossa mente.
O nosso Ego!
Não basta um vírus para desconstruir aquele que vive em cada um de nós.
Não basta lustrar a prata em nossa sala de jantar.
É tempo de morrer.
É tempo de renascer.
(Sarita Dal Pozzo)
Bom sábado de Aleluia.

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