19.2.20

ILUSTRAÇÃO PARA RE-VISTA.STYLE: BONEQUINHA PSICOLÓGICA

Eu me chamo Anna e muitas vezes nós mulheres, quando observamos uma outra mulher, fazemos uma análise de quem é a outra, de acordo com o marido que ela tem, os filhos que ela fez, as amizades que construiu e a carreira que seguiu.
Dificilmente a gente se pergunta que tipo de mulher é a outra que não tem a concepção de filhos como padrão, quais foram as suas dores, suas mágoas, suas lutas, suas derrotas.
A gente não se pergunta o que ela deixou para trás, a gente não pergunta por que ela não tem marido e nem quantos convites de casamento ela recusou.
Eu me chamo Anna e sou a outra, apaixonada pela vida, pelos amores. Tenho uma vida leve, posso decidir aonde e quando ir. Eu vivo o amor, não coloco rótulos a ele. E sou feliz?
A maioria das vezes sim, porque a liberdade doada ao outro é aquela que considero importante para mim.
Não julgo as outras mulheres pelas frustrações visíveis e invisíveis, mas constantemente sou julgada e condenada por não ter criado uma vida dentro do que a sociedade impõe e na qual a grande maioria se adequa.
A solidão a dois, a infelicidade em família, a insatisfação profissional e a impotência em mudar a própria imagem no espelho, que muitas vezes assusta.
Eu sou a Anna e a pergunta que me faço sempre: por que o valor de uma  mulher tem que ser estabelecido pelo homem que ela tem, pelos filhos que ela fez, as amizades que construiu e a carreira que seguiu?
Eu me chamo Anna e acho que nós mulheres somos bem mais do que isso!