OVS: New Flagship Store em Corso Buenos Aires
Sempre tive um felling muito forte...uma intuição que sempre me moveu em tudo que fiz. Não necessariamente eu realizei todos os projeto que acreditava e tinha certeza, mas via acontecer depois de alguns meses ou por vezes alguns anos depois. E pensava: Eu sabia que era uma forte tendência, se tivesse apostado todas as minhas fichas nisso...Mas enfim, nunca lamentei por nada e nem me arrependo de nada.Logo que cheguei na Itália no ano passado, instintivamente eu falava para todas as pessoas que o grande mal da Itália no vestuário, era devido ao tão precioso Made in Italy. Não é que ele deve sair de seu lugar no Olimpo, porque isso não tem preço. Quem quer e pode comprar luxo, sempre vai comprar!
Mas não é esse o ponto.
A verdade é que com a crise, as pessoas ficaram mais pobres, passaram a ganhar menos e as marcas fast-fashion - que vendem moda com preços bastante atraentes - estavam vendendo muito e crescendo a olhos vistos. E não é só isso. Quem é adolescente e jovem não tem grana pra gastar...
E eu me perguntava e falava para as pessoas:
Mas como a Itália pode permitir isso? Como tão poucas marcas pensam nisso?
Porque a Itália fecha os olhos pra esse publico que quer consumir, mas não tem dinheiro pra pagar tão caro por roupa seasonal?
Por causa disso, o País tinha deixado a maior fatia de mercado para marcas de outros países da Europa como da Espanha o Grupo Inditex, que tem em seu guarda-chuva a Zara, Bershka, Massimo Dutti, Pull and Bear, Stradivarius e Oysho, a Mango, a Sueca H&M que dispensa apresentações. Só pra citar algumas mais importantes que me vem na mente. E o Corso Vittorio Emanuele tinha se tornado totalmente espanhol....uma loja ao lado da outra e todas elas sempre lotadas.
Confesso que ficava inconformada querendo fazer alguma coisa, afinal, como deixar só as marcas de fora faturarem com os consumidores italianos que não podiam pagar por roupas tão caras? Tão óbvio!
As marcas Sisley e Benetton não competiam nesse filão, estavam largadas com relação ao estilo e não tinham o preço atraente. A Benetton até deu un Up, mas a Sisley repaginou e da medo. Péssima.
Então hoje vou falar da OVS, essa sim italiana e que nasceu dentro do Grupo Coin. A loja não era legal, alguma coisa interessante você até encontrava, mas faltava aquela pegada que as espanholas tinham. Para o masculino alguns bons básicos, ternos com perfeito corte + tecidos e com ótimos preços. Há alguns dias entrei numa das lojas da OVS e estava bem mais interessante, produtos melhores e a loja mais bonita. Mas não parei pra pensar.
Então a grata surpresa na nova sede da OVS no Corso Buenos Aires em Milão que abriu faz uma semana. Ela trocou de lugar com a UPIM, que também é do mesmo grupo. Surpresa com a clareza de conceito da nova flagship store. Foco no produto, no visual merchandising e forte investimento em perfumaria e beleza, um setor em constante crescimento
Fiquei feliz em ver que meu palpite estava certo e que finalmente os italianos estão entrando no jogo pra valer pra recuperar o espaço que estava dominado pelas outras marcas da Europa. Isso gera mais emprego e faz a economia do setor melhorar, mantendo parte do dinheiro gasto com roupa mais populares e com bons preços, também nas marcas italianas. Que era o que eu defendia.
O Made in Italy não precisa estar só no luxo e exclusivo! Tem que estar em todos os lugares.
Bom saber que empresários do setor abriram os olhos e decidiram pensar nesse publico, que quer comprar roupa de estação sem gastar muito.
E nisso eu me incluo. A roupa não é a parte mais importante da minha vida, apesar de nunca abrir mão de me vestir como gosto e estar sempre na Moda. mas sempre garimpei e continuo fazendo exatamente a mesma coisa.
Porque luxo mesmo é juntar peças baratas que você compra na liquidação por preços incríveis, com peças mais caras e transformar em um look super cool.
Não é o valor da roupa.
É a forma que você veste e valoriza no seu corpo!!!